"> Copom segura Selic em 15% ao ano e reforça cautela em meio à incerteza global

 

Nacional - 17/09/2025 - 18:37:49

 

Copom segura Selic em 15% ao ano e reforça cautela em meio à incerteza global

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / Arquivo / Abr

 

Decisão reflete pressões inflacionárias persistentes, cenário internacional instável e necessidade de política monetária contracionista prolongada.

Decisão reflete pressões inflacionárias persistentes, cenário internacional instável e necessidade de política monetária contracionista prolongada.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 17 de setembro, manter a taxa Selic em 15,00% ao ano. A decisão confirma a estratégia de manter os juros em patamar elevado para assegurar a convergência da inflação à meta, em um ambiente marcado por pressões externas e incertezas internas que continuam a exigir prudência da autoridade monetária.

Cenário global volátil e risco cambial

A conjuntura internacional segue instável, especialmente diante da condução da política econômica nos Estados Unidos e dos efeitos das tensões geopolíticas. A volatilidade nos mercados globais tem pressionado ativos financeiros e ampliado o desafio de países emergentes como o Brasil. O Copom avaliou ainda os impactos potenciais das tarifas comerciais impostas pelos EUA ao Brasil, apontando que a evolução dessas medidas poderá alterar significativamente o quadro inflacionário.

Economia doméstica resiliente, mas inflação resistente

No cenário interno, os indicadores de atividade apontam para uma desaceleração gradual, acompanhada de um mercado de trabalho ainda aquecido. Esse dinamismo tem contribuído para a resiliência dos serviços na composição inflacionária, fator que dificulta a tarefa do Banco Central de trazer as expectativas de preços para níveis compatíveis com a meta.

As últimas projeções da pesquisa Focus mostram estimativas acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com expectativa de inflação em 4,8% para 2025 e 4,3% para 2026. Para o primeiro trimestre de 2027, horizonte que agora baliza a estratégia da política monetária, a previsão do IPCA situa-se em 3,4%, no cenário de referência do Copom.

Riscos em duas direções

A autoridade monetária enfatizou que os riscos seguem elevados tanto para cima quanto para baixo. Entre os fatores de alta, estão a possibilidade de desancoragem prolongada das expectativas, a força persistente da inflação de serviços e uma eventual depreciação cambial mais duradoura. No sentido contrário, uma desaceleração mais forte da economia local, a queda nos preços das commodities e uma retração global mais pronunciada poderiam atuar como vetores desinflacionários.

Política monetária contracionista prolongada

O comunicado do Banco Central reforça que a manutenção da Selic em nível contracionista por um período prolongado é considerada essencial para reancorar expectativas e reduzir as pressões sobre preços. O órgão também destacou que não hesitará em retomar o ciclo de alta caso novas deteriorações no quadro inflacionário tornem necessária uma resposta mais firme.

Inflacionário em números

A tabela divulgada pelo Copom mostra o seguinte panorama das projeções:

Índice de Preços 2025 2026 1º tri 2027
IPCA 4,8% 3,6% 3,4%
IPCA Livres 5,0% 3,5% 3,3%
IPCA Administr. 4,3% 3,8% 3,8%

A avaliação considera ainda um câmbio de R$ 5,40 por dólar, trajetória futura extraída do modelo da paridade do poder de compra e curva de petróleo com alta de 2% ao ano a partir de 2026.

A decisão foi unânime entre os nove membros do Comitê, incluindo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O Copom reiterou que seguirá vigilante e pronto para ajustar os rumos da política monetária, conforme o desenrolar da economia doméstica e os choques externos.

(*) Com informações das fontes:Banco Central do Brasil, Comunicado do Copom, 17/09/2025, Pesquisa Focus, Banco Central, setembro de 2025

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