A Toyota suspendeu toda a produção de veículos no Brasil após um forte temporal destruir a fábrica de motores em Porto Feliz (SP) em setembro. A paralisação atingiu as unidades de Sorocaba e Indaiatuba, responsáveis pelos modelos Corolla, Corolla Cross e Yaris, impactando também o lançamento do Yaris Cross. Mais de seis mil trabalhadores foram afetados, enquanto a empresa analisa alternativas de fornecimento de motores e avança com tratativas sindicais para evitar cortes de empregos.
O ambiente macroeconômico é adverso, marcado por juros elevados e menor expansão do crédito, o que prejudica a demanda interna por veículos. Desde o início do ano, o desempenho em produção e emplacamento de autoveículos Toyota oscilou, com recuo expressivo frente ao mesmo período do ano anterior. O único destaque foi o Corolla Cross, que liderou brevemente o segmento SUV nacional.
A unidade de Porto Feliz era a principal fornecedora de motores para todas as operações da Toyota no país, com capacidade superior a 100 mil unidades por ano, inclusive para variantes híbridas flex. A paralisação prejudica o abastecimento nacional, força negociações para importação de componentes e impacta diretamente fornecedores e trabalhadores de toda a cadeia automotiva. O processo de layoff está em negociação para garantir a manutenção dos empregos durante o período de inatividade.
Abaixo, os dados consolidados de produção de veículos leves e emplacamento de veículos Toyota no Brasil nos últimos seis meses:
Mês |
Produção (veículos leves) |
Emplacamento Toyota |
Março |
160.068 |
11.370 |
Abril |
153.309 |
12.499 |
Maio |
184.179 |
11.293 |
Junho |
194.240 |
10.428 |
Julho |
149.612 |
11.921 |
Agosto |
142.744 |
12.058 |
A paralisação imposta pelo desastre climático demonstrou como a cadeia automotiva brasileira é sensível a fenômenos extremos e à concentração de etapas críticas da produção. O episódio reacende o debate sobre resiliência industrial, alternativas para fornecimento local de motores e medidas de proteção para os trabalhadores do setor.
(*) Com informações das fontes: Poder360, Agência Brasil, AutoIndústria, G1, ANFAVEA, siteautoveiculos2025.xlsx, CNN Brasil, Quatro Rodas.