"> Trump posiciona submarinos nucleares e acirra retórica com Putin em meio à guerra da Ucrânia

 

Internacional - 01/08/2025 - 17:50:44

 

Trump posiciona submarinos nucleares e acirra retórica com Putin em meio à guerra da Ucrânia

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / Arquivo / USS Mississippi (SSN-782)

 

O prazo estabelecido por Trump termina no dia 9 de agosto. Até lá, a comunidade internacional observa com atenção os desdobramentos.

O prazo estabelecido por Trump termina no dia 9 de agosto. Até lá, a comunidade internacional observa com atenção os desdobramentos.

A relação entre Estados Unidos e Rússia entrou em nova fase de tensão após o presidente americano, Donald Trump, ordenar o deslocamento de dois submarinos nucleares para áreas estratégicas próximas ao território russo. A medida, anunciada em 1º de agosto, foi uma resposta direta às declarações recentes de Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, que havia alertado Trump sobre “as consequências de suas palavras”.

Trump classificou as manifestações de Medvedev como “tolas e inflamatórias” e vinculou o movimento militar à sua exigência de que a Rússia aceite um cessar-fogo na guerra da Ucrânia em até dez dias. Caso contrário, os Estados Unidos aplicariam tarifas elevadas aos países que continuarem comprando petróleo russo, como Índia e China.

Medvedev reagiu com ironia, afirmando que as ameaças de Trump apenas reforçam que “a Rússia está no caminho certo”. Ele fez referência ao sistema de retaliação nuclear conhecido como “Mão Morta”, criado na era soviética, capaz de lançar mísseis automaticamente caso o comando militar russo seja neutralizado em um ataque.

O presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, evitou o confronto direto com Trump, mas afirmou que a paz só será possível por meio de negociações discretas, fora dos holofotes da mídia internacional. Para ele, a resolução do conflito deve respeitar as condições colocadas pela Rússia, incluindo a neutralidade da Ucrânia e o reconhecimento de áreas anexadas.

No centro dessa escalada, está a questão do petróleo. A Rússia depende fortemente da receita com exportações, e países como Índia e Turquia se tornaram seus principais compradores desde 2022. A Índia, em especial, responde por cerca de dois milhões de barris por dia importados da Rússia, o equivalente a 2% da oferta global. Com a pressão americana, refinarias estatais indianas interromperam as compras nesta semana, em sinal de cautela diante da ameaça de sanções secundárias.

No Congresso americano, cresce o apoio à proposta de impor tarifas de até 100% sobre países que não se alinharem ao plano de Washington para a guerra. Há também pressão para fechar rotas logísticas usadas por petroleiras ocidentais, como o oleoduto CPC, que passa pelo Cazaquistão e abastece operações da Chevron e da ExxonMobil.

A seguir, um resumo dos principais movimentos e declarações relacionados à crise atual:

Tabela — Situação atual da crise EUA–Rússia sobre a guerra da Ucrânia

Autoridade/Entidade Ação ou declaração recente
Donald Trump (EUA) Ordenou deslocamento de 2 submarinos nucleares; exigiu cessar-fogo russo em 10 dias
Dmitry Medvedev (Rússia) Reagiu com ameaça velada sobre armas nucleares; citou sistema "Mão Morta"
Vladimir Putin (Rússia) Rejeitou ultimato de Trump; defende negociação reservada com condições pré-estabelecidas
Índia Refinarias estatais suspenderam importação de petróleo russo em resposta à pressão dos EUA
Senado dos EUA Debate tarifas de até 100% a países que comprarem petróleo russo após o prazo americano
Oleoduto CPC (Cazaquistão) Pode ser alvo de retaliação russa, afetando Chevron e ExxonMobil

A escalada entre Washington e Moscou ocorre em um momento de fragilidade das negociações de paz. O conflito na Ucrânia, que se estende desde 2022, teve diversos ciclos de avanço e retração, mas o novo posicionamento dos Estados Unidos representa uma guinada mais agressiva, tanto no discurso quanto na estratégia diplomática e militar.

O prazo estabelecido por Trump termina no dia 9 de agosto. Até lá, a comunidade internacional observa com atenção os desdobramentos. Um eventual fracasso em alcançar um cessar-fogo pode não apenas intensificar o conflito na Europa, mas também provocar uma nova crise energética global, com impacto direto sobre preços de combustíveis, inflação e segurança internacional.

* Com informações das fontes: Reuters (edições de 1º e 2 de agosto de 2025), CNN Internacional, BBC News, Russia Today (informações sobre o sistema “Mão Morta”), Agência Bloomberg (dados sobre exportações russas de petróleo), Ministério da Defesa dos EUA (posicionamento de submarinos) e Relatórios do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a guerra da Ucrânia

Links
Vídeo