Os Jogos Paraolímpicos de Atenas começaram e vão reunir na capital grega quatro mil atletas, de 143 países (vinte a mais que na última edição dos jogos, em 2000), competindo em 19 modalidades.
Nesta edição, houve a adoção inédita de um comitê organizador único, responsável por coordenar as ações dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, que pela primeira vez foram considerados um evento único e compartilhado.
A equipe brasileira que está na Grécia é 50% maior do que a que esteve em Sydney. Essa é a maior equipe da história, com 98 atletas, que disputarão 13 modalidades. A evolução do esporte paraolímpico no País é evidente. O Brasil atualmente é detentor de nove recordes mundiais e tem grandes chances de fazer a sua melhor campanha.
A meta do Comitê Paraolím-pico Brasileiro (CPB) é ficar entre as três maiores potências das Américas e as 20 primeiras do mundo. Em 2000, os paraolímpicos conquistaram o expressivo número de 22 medalhas (seis de ouro, dez de prata e seis de bronze).
O Brasil conquistou, nas Olimpíadas de Atenas, realizada no período de 13 a 29 de agosto, o melhor desempenho de sua história, com quatro medalhas de ouro, num total de dez medalhas. Embora o total de medalhas seja inferior aos resultados obtidos em Atlanta (15 medalhas) e em Sydney (12 medalhas), o resultado de Atenas revela, objetivamente, um importante salto qualitativo dos atletas brasileiros. Além das quatro medalhas de ouro, nossos atletas disputaram 30 finais olímpicas, superando as 22 finais em Sydney e as 20 em Atlanta.
Além disso, a participação brasileira nas Olimpíadas de Atenas foi melhor do que a de vários países desenvolvidos, como Suécia, Espanha, Canadá, Polônia, Nova Zelândia e Bélgica, entre outros, e a 18ª colocação geral é a melhor entre os países em desenvolvimento.
Esses resultados mostram o grande potencial esportivo do Brasil e reforçam a necessidade de o Governo Federal adotar políticas públicas que cada vez mais ajudem a massificar a prática de esportes no país e a revelar talentos, numa perspectiva de futuro mais abrangente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, anunciaram o investimento anual, a partir de 2005, de R$ 200 milhões para a formação, treino e incentivo a atletas em modalidades olímpicas, visando aos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, e às Olimpíadas de Pequim, em 2008.
Com o anúncio dessa verba anual, que será garantida no orçamento geral da União por meio de um aditamento a ser encaminhado ao Congresso Nacional, o Governo Federal deixou de lado - pelo menos por enquanto - a proposta de criação de uma lei de incentivo ao esporte, nos moldes da Lei Rouanet, de incentivo à cultura.
O raciocínio do Governo, exposto tanto pelo presidente Lula, quanto pelo ministro Agnelo Queiroz, é de que uma lei de incentivo ao esporte, significando renúncia fiscal para o Governo, serviria para estimular empresas a patrocinar modalidades esportivas de maior visibilidade e talentos esportivos já reconhecidos.
O Governo entende que é preciso incentivar justamente a base do sistema esportivo, atletas que hoje ainda não têm projeção, que o importante é o apoio antes de o atleta conseguir a medalha.
Para o ministro Agnelo Queiroz, o incentivo ao esporte não pode ficar esperando a iniciativa privada, que poderá investir quanto e como quiser no incentivo individual ou coletivo de atletas e modalidades esportivas, certa do retorno publicitário e financeiro desse investimento. O que é preciso é dar condições de treinamento para jovens em todo o país.
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