Vôlei faz Brasil quebrar recorde de ouros

 

Esporte - 30/08/2004 - 10:37:20

 

Vôlei faz Brasil quebrar recorde de ouros

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Doze anos depois da grata alegria do ouro no vôlei masculino, a Seleção Brasileira buscou o bicampeonato olímpico em uma partida que não deu chance para a Itália e terminou em 3 sets a 1. Esta foi a quarta medalha de ouro do Brasil em Atenas, superando a campanha de três ouros de Atlanta-1996, até então a melhor do País. "É campeão, é campeão, não precisa dizer mais nada", gritava correndo o levantador Ricardinho. Parando para refletir a conquista, Maurício que, literalmente, ao lado de Giovane, é bicampeão olímpico se disse como na primeira conquista. "Foram cinco olimpíadas participando e sou bi, mas parece que foi a primeira vez. É um grupo muito unido que trabalho durante quatro anos por isso. Ser bi é para poucos", orgulhou-se o levantador. Maurício fez questão de elogiar o trabalho do técnico Bernardinho. "É muito talento somado a muito trabalho. Ele fez este grupo ser determinado e eu sabia que com ele chegaríamos à medalha. Esse é o melhor time da história do vôlei brasileiro", finalizou. O "capitão" do grupo, Nalbert, que lutou contra uma lesão no ombro para estar na Olimpíada agradeceu aos jogadores que estiveram em quadra. "Essa medalha, para mim, tem dois lados. Foi a minha chegada até aqui, mas eu não fiz nada, mas apoiei muito todos eles. Só tenho que agradecer ao grupo que esteve jogando", disse. "Sentimos a pressão por tudo o que esta partida representava para nós. Éramos os favoritos e tínhamos a obrigação de ganhar. Sentimos esta situação em alguns momentos, mas no final alcançamos nosso objetivo", indicou o atacante André Nascimento. "A experiência de vida, algumas vitórias, algumas desilusões vão mostrando como é o caminho para essa conquista", disse o técnico Bernardinho. "Esse grupo sempre mostrou o sentimento de coletividade tão importante". Para Bernardinho, o levantador Ricardinho foi o melhor jogador de toda a Olimpíada. Emoção no pódio Todos os jogadores da seleção estavam chorando ao subir ao pódio e durante a execução do Hino Nacional. A equipe ainda aproveitou para homenagear o meio-de-rede Henrique, que foi o último corte do grupo. A camisa número cinco com o nome dele estava autografada por todos os companheiros e era segurada por Serginho. O jogador, em entrevista na televisão, se disse muito emocionado. "Fiquei muito feliz com essa homenagem. Eu gostaria de estar com o grupo, mas estou muito feliz em saber que o grupo estava comigo. Me sinto campeão olímpico". Após a premiação, os jogadores chamaram Bernardinho, jogando o técnico para o alto e tirando fotos depois. Os Jogos Olímpicos entregam medalhas somente para os jogadores, e não para as comissões técnicas. Para finalizar, a equipe deu a volta olímpica e o famoso "peixinho" no meio da quadra, marca registrada em todas as conquistas. Os melhores em quadra Serginho foi escolhido o melhor líbero da competição, enquanto que Giba foi o melhor jogador. "A performance não é o que conta, mas o grupo. Se eu tivesse sido o melhor jogador, mas perdesse o ouro, não valeria nada. Neste grupo, todos querem ganhar juntos", destacou Giba. Para Giba, o trabalho de Bernardinho foi fundamental para a conquista. "Desde que ele chegou, houve sempre uma confiança mútua no trabalho. Ele tem o jeito dele de dar bronca, porque ele quer sempre ganhar e nós também. Só podemos esperar que ele continue com a seleção para buscar uma nova medalha em Pequim-2008". Potência no vôlei Além da quadra, o vôlei de praia masculino também confirmou ser o melhor do mundo na atualidade com o ouro de Ricardo e Emanuel. No feminino, somente a dupla Adriana Behar e Shelda conseguiram a medalha de prata. A seleção feminina decepcionou e acabou em quarto lugar. A diferença de hoje para 1992 é que, aquele ouro foi para um time que não era apontado como favorito. Agora, a seleção comandada pelo vitorioso Bernardo Rezende confirmou o que qualquer bolsa de aposta apontaria. Para essa equipe de Bernardinho só falta um título, curiosamente, o mais fácil: o Panamericano. O time já é, além de campeão olímpico, campeão mundial, da Copa do Mundo e tetra da Liga Mundial. O jogo set a set A Itália começou bem o primeiro set e abrindo 5 a 2, mas os brasileiros logo se recuperaram e com um bloqueio, um ace, e outro bloqueio, virou para 6 a 5. O Brasil conseguiu se manter à frente e, após erros italianos, abriu 13 a 9. A seleção seguiu ampliando com facilidade até fechar em 25 a 15. O segundo set foi mais difícil, com a Itália sempre parelha no placar. O Brasil conseguiu abrir 8 a 6. No entanto, os italianos marcaram o ataque de Giba e viraram em 13 a 12. Bernardinho solicitou tempo para reorganizar o time. O levantador Ricardinho voltou a optar pelas bolas de meio-de-rede e a seleção se recuperou. Acontece que o Brasil perdeu de somar um ace por erro do bandeirinha e do árbitro. Houve uma pequena desestabilização e a Itália virou em 19 a 18. Anderson entrou no lugar de André Nascimento, mas em um bloqueio em cima de Dante, os italianos faziam 23 a 22. Nalbert entrou, como sempre, com a função de sacar. Mas não funcionou e a Itália fechou em 26 a 24. O terceiro set começou com o Brasil forçando no saque e não poupando energia no ataque, conseqüentemente, a seleção abriu 7 a 3. A Itália tentou se aproximar, mas desta vez, os brasileiros estavam determinados a seguir comandando o placar. Mastrangelo tentou provocar Gustavo após um ataque brasileiro, mas o meio-de-rede da seleção devolveu com dois aces e abriu quatro pontos de vantagem. Depois, foi a vez de André Nascimento conseguir mais um ponto de saque e Giba também garantir o seu. O Brasil fechou em 25 a 20. O quarto e último set tinha Itália na frente no início. Mas logo, Giba já fez mais um ace para empatar em 5 a 5. Foi o suficiente para o Brasil voltar ao jogo e abrir 10 a 6. No entanto, uma breve relaxada colocou a Itália encostada no placar. Bernardinho solicitou tempo para esfriar o jogo dos adversários. Mesmo com a arbitragem errando de novo em um ponto de saque de André Heller, Dante compensou na seqüência com um serviço indefensável. A seleção se mostrava um pouco nervosa com a proximidade da vitória e permitia que a Itália pressionasse e empatasse em 13 a 13. O jogo seguiu com as seleções trocando ponto até o Brasil abrir 20 a 18 em um bloqueio de Anderson, que entrou no lugar de André Nascimento. Assim, a seleção conseguiu conquistar a medalha de ouro, fechando em 25 a 22.

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