A Prefeitura de São Bernardo, por meio do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente, está implementando o Programa de Atenção a Doenças Alérgicas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O programa está na fase de sensibilização e capacitação dos profissionais da saúde, que acontecerá em dois módulos. O primeiro, em junho, foi sobre asma e o segundo, em agosto, será sobre doenças alérgicas da pele e rinite.
O programa visa também orientar os pacientes e familiares através de grupos educativos, padronizar condutas e planos de ações e checar a possibilidade de atualização da medicação disponível nas UBS’s. A próxima etapa é expandir o serviço para as unidades de urgência e emergência do município.
De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde da Criança e do Adolescente, Solange Wichert, o novo programa pretende diminuir a demanda reprimida na Clínica de Especialidades, tratando nas unidades de saúde os casos mais leves e promovendo a conscientização e educação dos pacientes e familiares. “É importante comprometer a família no tratamento das doenças alérgicas, para que todos saibam como lidar com ela. A maioria das doenças alérgicas como a asma pode ser controladas apenas com educação ambiental”.
Segundo estudo feito pelo III Consenso Brasileiro de Asma em 2002 (normatização de condutas), o treinamento dos profissionais de saúde, o ambiente de casa adequado e atualização na medicação diminuíram os gastos com internação em 30%, e o período de internação caiu de 4,2 para 2,7 dias.
Na região do ABC, 23% dos adolescentes tem asma ativa e 40% já apresentaram algum sintoma. No mundo, o Brasil ocupa o oitavo lugar com 20% das pessoas que apresentam a doença. Outro dado considerado pelo programa é o aumento da mortalidade por asma nos últimos 10 anos. Em São Paulo, de 1970 a 1996 o índice de mortalidade pela doença dobrou de 0,2 para 0,4 para cada 100 mil habitantes, na faixa etária de 5 a 34 anos.
Melhor qualidade de vida e sem limitações, diminuição do número de internação, de atendimento nos postos de saúde, da morbidade e das faltas escolares foram alguns benefícios conseguidos por meio de educação dos pacientes e ações planejadas, apresentados na capacitação sobre asma. O primeiro módulo foi realizado por médicos pediatras da rede pública de saúde: Luiz Fernando Simões, Cássia Cristina Gonzalez e Bernadete Rossi Zanuto.
Para a pediatra Cássia, a conscientização da família e a higiene ambiental são fundamentais para o tratamento da asma. “Metade dos casos podem ser controlados, quando a família encontra os causadores da alergia e se preocupam em evitá-los. Em alguns casos, a higiene pode evitar o uso de medicação continuada ou diminuir as doses”.
Já o médico Luiz Fernando ressaltou que o tratamento correto previne sintomas crônicos, permite vida normal, reduz o uso broncodilatador (bombinha), evita crises e principalmente previne a morte. A capacitação abrangeu desde o conceito da doença, sintomas, classificação, diagnóstico, tratamento, atualização de medicamentos até a confecção de equipamentos caseiros para inalação. Em agosto, está previsto o segundo módulo, que tratará de doenças alérgicas na pele e rinite.
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