MP tem novas dúvidas no caso Celso Daniel

 

ABCD - 06/02/2004 - 09:50:17

 

MP tem novas dúvidas no caso Celso Daniel

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O Ministério Público de São Paulo descobriu ontem que os três CDs encaminhados anonimamente com as escutas telefônicas sobre o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) estão incompletos e foram criados nas vésperas da prisão do empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante da morte do prefeito. Os promotores se dizem intrigados com esses dois fatores. Desconfiam que alguém, que teve acesso às gravações originais, tenha adulterado o conteúdo para, deliberadamente, prejudicar as investigações. Os CDs foram entregues de forma sincronizada na última sexta-feira, quando motoqueiros deixaram na residência de cada um dos promotores um envelope pardo com o disco. O material foi enviado ao Instituto de Criminalística de São Paulo para perícia e coleta de impressão digital. Uma análise inicial revelou que os arquivos em CD-ROM foram criados entre os dias 9 e 11 de dezembro, que são, respectivamente, as datas do oferecimento da denúncia (acusação formal à Justiça) contra Gomes da Silva, da abertura de ação penal e da prisão do empresário. As conversas são incompletas. Nos CDs, por exemplo, não há nenhum diálogo entre Gilberto Carvalho, ex-secretário de Governo e hoje chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o ministro José Dirceu (Casa Civil), apesar de os dois, naquela época, conversarem diariamente por telefone. ESQUEMA – A suspeita da Promotoria é que Gomes da Silva, amigo e ex-segurança de Celso Daniel, orquestrou a morte do prefeito porque temia perder controle de um esquema de corrupção instalado na prefeitura petista da cidade. De acordo com testemunhas, parte desse dinheiro financiava campanhas eleitorais do PT – o que o partido nega. O PT discorda da investigação do Ministério Público e defende a tese de crime urbano – não havia a intenção deliberada de seqüestrar e de matar Daniel. Desde o crime, no entanto, outras seis pessoas ligadas ao assassinato foram mortas – entre elas, o garçom que atendeu a mesa de Daniel e Gomes da Silva na noite de 18 de janeiro de 2002, no último jantar deles horas antes do seqüestro – o corpo de Daniel foi encontrado dois dias depois.

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