"> Belém enfrenta críticas e medidas para conter preços de hospedagem na COP30

 

Turismo - 28/09/2025 - 10:21:21

 

Belém enfrenta críticas e medidas para conter preços de hospedagem na COP30

 

Da Redação .

Foto(s): Arte @HORA

 

Com tarifas de hotéis em Belém até dez vezes maiores para a COP30, governo, Congresso e plataformas internacionais debatem medidas emergenciais; delegações estrangeiras apresentam falas oficiais questionando justiça e acessibilidade dos custos.

Com tarifas de hotéis em Belém até dez vezes maiores para a COP30, governo, Congresso e plataformas internacionais debatem medidas emergenciais; delegações estrangeiras apresentam falas oficiais questionando justiça e acessibilidade dos custos.

A aproximação da COP30 em Belém, marcada para novembro, trouxe à tona uma crise inédita nos preços de hospedagem na capital paraense. A rede hoteleira local, limitada frente à demanda, passou a adotar tarifas até dez vezes superiores às praticadas antes do evento, gerando insatisfação coletiva entre delegações estrangeiras e nacionais e mobilizando autoridades brasileiras e internacionais. O aumento dos preços, considerado abusivo por muitos participantes, elevou apartamentos simples a patamares comparáveis aos de hotéis cinco estrelas em Paris e Nova York.

Hotéis selecionados em Belém – diárias antes e após anúncio da COP30 (valores em reais)

Local/Hotel Valor Antes da COP30 Valor Atual da COP30
Hotel Guajará R$ 280 R$ 640
Pousada Amazônia R$ 180 R$ 430
Belém Palace Hotel R$ 350 R$ 810
Hostel Ver-o-Peso R$ 95 R$ 230
Pousada das Mangueiras R$ 150 R$ 405

As posições oficiais de delegações estrangeiras refletem clara preocupação. Durante reunião, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, relatou: “Há uma sensação, literalmente, de revolta dos países por essa insensibilidade, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos, abusivos realizados”. Um negociador africano, Richard Muyungi, ecoou a preocupação em entrevista internacional:

“Se não houver ajuste nos preços, delegações africanas e outros países de menor desenvolvimento vão buscar outra opção ou pedir mudança do local da conferência”.

Delegados europeus também se manifestaram: “A sustentabilidade de uma COP começa pela transparência no acesso à cidade-sede e condições justas aos participantes”, destacou porta-voz do bloco europeu. Já a presidência da conferência informou que houve pedidos formais de transferência do evento para outra cidade, diante da escalada de custos. Representantes dos Estados Unidos, em nota à organização, reforçaram que a credibilidade da conferência depende de que “todos os países possam participar em condições equitativas, sem sofrer restrições por custos abusivos”.

Diante desse cenário, o governo brasileiro adotou ações emergenciais e definiu estratégias públicas para mitigar o problema. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou em visita à Belém: “Estamos em negociação direta com hotéis que extrapolaram nos preços. Não havendo acordo, acionaremos judicialmente para impedir o abuso durante a COP30”. O ministro do Turismo, Celso Sabino, reforçou em reuniões que há fiscalização ativa e que o Código de Defesa do Consumidor será aplicado rigorosamente. O governo federal propôs um Termo de Ajustamento de Conduta, que traz multas e sanções para hotéis que excederem limites compatíveis com o mercado.

O Congresso Nacional participa do debate. A Câmara dos Deputados realizou audiências públicas, avaliando regulamentação temporária para limitar preços exorbitantes. O Senado Federal apoiou iniciativas para garantir preços justos, cobrando aplicação integral das leis de defesa do consumidor durante todo o evento.

Plataformas de hospedagem, como Airbnb e Booking, também anunciaram medidas para conter abusos, bloqueando anúncios com valores considerados desproporcionais e promovendo alertas de mercado. Como alternativa, o governo federal buscou hotéis flutuantes (navios de cruzeiro) e ampliação de hospedagens alternativas para delegações de países vulneráveis, incluindo diárias subsidiadas e gratuitas.

Propostas e ações para controle dos preços

Órgão/Entidade Proposta/Ação
Ministério da Casa Civil Negociação direta, acordo judicial e medidas administrativas
Ministério do Turismo Fiscalização, aplicação do Código de Defesa do Consumidor e multas
Câmara dos Deputados Audiências e debate para regulamentação de preços temporários
Senado Federal Apoio ao fortalecimento da defesa do consumidor
Plataformas de hospedagem Bloqueio de anúncios abusivos, monitoramento de preços
Delegações estrangeiras Solicitação de acesso democrático e custos justos; ameaça de não participação
Organização da COP30/ONU Oferta de hospedagem subsidiada para países em desenvolvimento e Estados insulares

“Nós vamos acionar juridicamente, buscando trazer esses preços para o patamar da razoabilidade. Não é correto, não é justo que hotéis – inclusive alguns que utilizam prédios públicos e que acessaram recursos subsidiados – estejam cobrando valores estratosféricos. Isso não corresponde ao que queremos fixar como imagem de Belém”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

As falas oficiais demonstram que o alto custo ameaça a participação de muitos países e exige solução colaborativa. As providências tomadas pelo governo, ministérios e Congresso ainda enfrentam resistência do mercado hoteleiro local, que busca maximizar receitas, mas sob risco de sanções e multas elevadas. Para os próximos meses, a expectativa é de intensificação da fiscalização, negociação e oferta de alternativas a fim de garantir que Belém se torne um exemplo de acolhimento sem exclusão.

(*) Com informações das fontes: Globo, Agência Brasil (Abr), Câmar dos Deputados, Senado Federal, CNN Brasil, BBC Brasil, entre outros internacionais.

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