A sanção dos Estados Unidos ao Brasil, anunciada em setembro de 2025, incluiu uma tarifa de 100% sobre importações de produtos farmacêuticos de marca ou patenteados, a partir de 1º de outubro do mesmo ano. A medida não se aplica a produtos de empresas farmacêuticas que estejam construindo fábricas nos EUA, buscando incentivar a produção local.
Essa decisão integra o pacote recente de sanções que também atingiu familiares e auxiliares jurídicos de Alexandre de Moraes e outros ministros do STF. O setor farmacêutico entra na lista dos novos setores taxados, com uma tarifa bem superior às aplicadas sobre outros produtos brasileiros exportados para os EUA. Essa alta tarifa visa pressionar diretamente a cadeia de importação farmacêutica, com impactos sobre preços, acesso e custos para o mercado brasileiro.
A medida surge em meio a tensões diplomáticas que envolveram os discursos de Lula e Trump na Assembleia Geral da ONU, onde houve troca de críticas sobre soberania, judicialização da política e processos judiciais internos brasileiros. A elevação das tarifas e as sanções contra autoridades brasileiras refletem a complexidade da relação atualmente marcada por disputas políticas e econômicas.
Tabela atualizada com a inclusão do setor farmacêutico nas novas tarifas de exportação americanas:
Setor |
Alíquota anterior |
Nova alíquota |
Petróleo e derivados |
10% |
50% |
Aço e produtos de ferro |
10% |
50% |
Café em grão |
10% |
50% |
Carne bovina |
10% |
50% |
Madeira e derivados |
10% |
50% |
Celulose |
10% |
50% |
Produtos químicos (seleção) |
10% |
50% |
Artigos têxteis |
10% |
50% |
Bens manufaturados diversos |
10% |
50% |
Produtos farmacêuticos |
10% |
100% |
Polpa e suco de laranja |
10% |
10% |
Aeronaves civis |
10% |
10% |
Minério de ferro |
10% |
10% |
Essa tarifa especial para o setor farmacêutico representa a maior oneração e sinaliza a prioridade política dos EUA em mudar sua dependência de insumos e produtos médicos importados, ao mesmo tempo que pressiona o Brasil em meio à crise diplomática.
BOX ESPECIAL
As sanções dos Estados Unidos contra o Brasil em 2025 atingem pessoas físicas e jurídicas ligadas ao Judiciário, Ministério Público e setores estratégicos da administração pública. O principal alvo é o ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky, que inclui bloqueio de bens nos EUA, restrições financeiras e cancelamento de vistos. Além dele, sua esposa Viviane Barci de Moraes e seus três filhos, bem como a empresa Lex - Institutos de Estudos Jurídicos, também foram incluídos nas sanções.
Outros alvos com vistos cancelados incluem o advogado-geral da União Jorge Messias, juízes do Tribunal Superior Eleitoral, e ministros do Supremo Tribunal Federal como Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Familiares diretos dessas autoridades também tiveram vistos revogados. Além disso, autoridades ligadas ao Ministério da Saúde e da Polícia Federal, como o ministro Alexandre Padilha e seus familiares, e integrantes da Polícia Federal foram alvo de sanções.
As medidas americanas promovem restrição de acesso ao território dos EUA, bloqueio de bens e proibição de transações financeiras com instituições americanas, configurando penalidades severas e ampliando riscos para terceiros que tenham vínculos comerciais ou jurídicos com os sancionados.
(*) Com informações das fontes: CNN Brasil, Migalhas, BBC Brasil, G1, UOL, Agência Brasil, Gazeta do Povo.
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(*) Com informações das fontes: G1, UOL, Agência Brasil, Reuters, CNN Brasil, BBC Brasil.
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