O potencial de bioeconomia atrai investimentos na Amazônia

 

Turismo - 18/05/2025 - 09:01:49

 

O potencial de bioeconomia atrai investimentos na Amazônia

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / Ricardo Stuckert / PR

 

O modelo pode atingir 4,5% do PIB local em Pará até 2030

O modelo pode atingir 4,5% do PIB local em Pará até 2030

A bioeconomia, um modelo de produção sem perda de biodiversidade, é uma das principais apostas de desenvolvimento na transição para uma economia de baixo carbono, necessária para enfrentar as mudanças climáticas.

Na Amazônia, os resultados positivos nessa forma de negócios sustentáveis ​​atraem cada vez mais investimentos dos governos e do setor privado. O Conselho Empresarial Mundial de Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) indica um potencial global de 7,7 bilhões de dólares em oportunidades de negócios até 2030, de acordo com o relatório uma oportunidade de negócio que contribui para um mundo sustentável (em inglês).

Na capital de Paraá, Belém - sede da cidade da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), em novembro -, a bioeconomia da sociobiodiversidade já apontou em 2021 a capacidade de aumentar as cadeias produtivas da floresta em R $ 170 bilhões para 2040. Centro de Inovação e Bioeconomia Um dos trabalhos que preparam a região para os debates do COP30 é o Belém Innovation and Bioeconomy Center (CIBB). Com um investimento de R $ 20 milhões, uma força conjunta entre os governos federais e municipais e a empresa binacional da ITAPU resultará na revitalização de uma casa histórica para abrigar 20 novas iniciativas em desenvolvimento.

Brasília (DF), 08/05/2025 - Dona Nena, empresária de bioeconomia no Pará.
Foto: Fabiola Sinimbú/Agência Brasil

Ribereña e filha dos agricultores, Dona Nena cresceu navegando pelo rio Guamá com seus pais para vender o cacau nativo na parte continental de Belém - Fabiola Sinimbú/AgÊncia Brasil

A idéia é que o espaço funcione como um local de disseminação do modelo econômico e também como base de um ecossistema de suporte de negócios, como Izte Costa, conhecido como Doña Nena, que produz chocolate e outros derivados de cacau na ilha do Combu. Ribereña e filha de agricultores, a sra. Nena cresceu navegando pelo rio Guamá com seus pais para vender o cacau nativo na parte continental de Belém.

Ao longo dos anos, as mudanças climáticas e a crescente demanda por outras culturas levaram a empresária a testemunhar a redução de amendoins na região. "Costumávamos cair com três, quatro canoas cheias de frutas de cacau. Hoje, meus irmãos não caem com um", diz ele. Preocupada com a permanência da fruta na ilha e buscando valorizar esse recurso natural, a Sra. Nena iniciou uma busca pela melhor maneira de processar cacau e agregar valor à produção local.

De maneira artesanal, começou a produzir chocolates a partir do que foi plantado e colhido em seu pátio e no de seus vizinhos. Em 20 anos de trabalho, a Companhia de Doña Nena beneficia atualmente 16 famílias que, como ela, vivem a gestão sustentável da Amazon Forest, sem desmaiar ou abandonar a região em busca de outras oportunidades. Essas famílias têm acesso à água potável através de um sistema de captura de chuva. O processamento de cacau também financiou melhores condições de saneamento e infraestrutura para receber turistas, que fortalecem a cadeia de produção sem a necessidade de intermediários. A empresária sente um grande orgulho neste trabalho, que permite a conservação do bioma, mas enfatiza que ainda não é uma realidade para o resto da região. "As pessoas precisam manter a floresta em pé, certo?

Eles precisam. Mas também precisam de água tratada, saneamento básico, muitas coisas, assistência médica, que é o que os faz ficar aqui. Porque muitas vezes eles saem e outra pessoa que desperta. Porque eles não têm as condições certas para ficar aqui", diz Dona Nena. A solução proposta pela empresária é mais investimento em assistência técnica e apoio aos produtores locais. Atrair investimentos De acordo com o vice -secretário de Bioeconomia do Estado de Paraá, Camille Bemerguy, para atrair investidores, o governo do estado lançou o Planbio Paraá, que atrai uma estratégia de valorização da herança genética e fortalecimento das cadeias produtivas, com ciência e inovação.

"É um plano estatal, não um plano do governo, garantir a continuidade, na qual novas bases de uso da terra e florestas são estabelecidas. Então, a bioeconomia está ancorada dentro desse plano, o que cria um novo ambiente para ele, fornecendo certeza legal para aqueles que desejam investir aqui", diz ele. Segundo o gerente, embora os povos florestais já tenham realizado bioeconomia há muitos anos, a forma extrativista à medida que o setor foi desenvolvida nos últimos tempos teve que ser revisada e adaptada a práticas mais sustentáveis. Além desta revisão, as formas de escalar a produção também foram estudadas e dando maior visibilidade aos produtos finais, explica Camille.

Brasília (DF), 08/05/2025 - Dona Nena, empresária de bioeconomia no Pará.
Foto: Fabiola Sinimbú/Agência Brasil

Fábrica de chocolate e outros derivados de cacau na ilha do Combu -Fabiola Sinimbú/AgÊncia Brasil

O Planbio também prevê a construção do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que está em andamento nas margens da Baía de Guajará, no Projeto 2 Porto Futuro 2. Segundo o governo local, R $ 300 milhões está sendo investido na restauração e adaptação dos artigos da antiga zona de porto de Belé.

O local abrigará as estruturas do Observatório de Bioeconomia, o Centro de Cultura Alimentar, o Centro de Sociobioeconomia e um Centro de Turismo de Base Local.

De acordo com Camille Bemerguy, os investimentos já estão refletidos diretamente na estruturação do setor, antes de poucas iniciativas inovadoras e pouco preparadas para permanecer no mercado.

"Antes de você ter cerca de 70 startups, e a maioria não foi longe, porque não tinha condições para avançar. Apenas um sobreviveu no final, como um produto viável com acesso ao mercado. Hoje já temos cerca de 300. Com o parque de bioeconomia e inovação do estado, queremos atrair pelo menos 200 startups mais", diz o secretário.

Bemerguy destaca que, com o setor mais estruturado, o Estado também espera levar os empreendedores da informalidade e do alcance, com bioeconomia, 4,5% do produto interno bruto (PIB) de atores parala que estão aqui e que contribuíram muito para esse desenvolvimento ”, ele conclui.

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