Gerente do Supermercado Dia% é presa em flagrante em São Bernardo
Da Redação com agências
Foto(s): Divulgação / Arquivo
A gerente de padaria Elaine Paula Ferreira, 41, da rede de supermercados Dia, unidade Baeta Neves, em São Bernardo, foi presa na tarde de ontem, 21, pela Polícia Civil - DICMA
A gerente de padaria Elaine Paula Ferreira, 41, da rede de supermercados Dia%, unidade Baeta Neves, em São Bernardo, foi presa na tarde de ontem, 21, pela Polícia Civil (DICMA - Delegacia de Polícia de Investigação de Infrações e Crimes contra o Meio Ambiente) e alguns funcionários que estavam no local - Rua dos Vianas, 3.730 - por manterem o local em condições precárias de higiene e pela utilização de produtos com data de validade vencidas na produção de alimentos.
De acordo com os funcionários, o local estava fechado ao público há mais de dois meses e era utilizado como padaria na produção de pães, bolos, doces e tortas que eram distribuídos para as demais unidades da rede Dia% de supermercados. Ainda, de acordo com esses funcionários, o local também abrigava, como depósito, produtos com a validade vencida que eram reprocessados para serem vendidos ou utilizados pela padaria.
Uma primeira denúncia foi realizada e, de acordo com a polícia, a investigação durou uma semana e teve início quando um funcionário do mercado fez a comunicou o que ocorria. Depois do relato, um gerente da franquia foi preso, porque a polícia flagrou mercadorias vencidas na prateleira de uma das lojas. O homem foi levado à delegacia, mas após pagar fiança, foi liberado.
O mesmo denunciante, após a primeira prisão, apontou para a polícia um local onde eram guardados os alimentos vencidos que seriam reaproveitados. Policiais do DICMA foram, então, até o endereço e encontraram diversos alimentos vencidos, amontoados pelo chão.
Segundo relatos dos investigadores que atenderam a ocorrência, o local estava muito sujo e era tomado por ratos e pombos.
Américo dos Santos Neto, delegado do DICMA, disse que “O que causa mais espanto são as condições dos produtos vencidos. Não dá para alegar que são para descarte, porque estavam ao lado de mercadorias dentro do prazo de vencimento”.
No momento da ação do DICMA, oito funcionários estavam trabalhando no local na preparação de alimentos, na padaria, utilizando mercadorias com prazo de validade vencido.
De acordo com os investigadores, o local era utilizado na produção de produtos de padaria e confeitaria e eram distribuídos para doze lojas franqueadas de um único dono. “Quando algum produto estava violado, em vez de ocorrer o descarte nas lojas a mercadoria era levada para a unidade Cambuci, em São Paulo. Lá, era colocada em um saco plástico incolor e inserida data de validade. Depois, tudo era levado para a padaria, sem que o consumidor tivesse qualquer conhecimento”, disse o delegado Américo.
Farinha e açúcar foram encontrados em sacos plásticos sem identificação além de pães vencidos e armazenados em caixas de papelão além de carnes em processo de deteriorização. Os alimentos estavam próximos de embalagens vazios de veneno para ratos espelhados pelo chão do local. A reportagem do @HORA esteve no local e observou que a precariedade era total, o chão sujo, paredes sem azulejos e havia restos de alimentos espalhados por todos os cantos demonstrando o total descaso com a saúde em desrespeito à lei vigente.
Sem qualquer condição sanitária de armazenamento ou produção, na parte superior, onde se encontrava a padaria, fôrmas e bacias imundas e sem higiene, continham massas prontas para utilização além de, nas bancadas, bolos e doces já prontos para serem encaminhados para distribuição estavam expostos sem qualquer proteção ou refrigeração.
“A Vigilância Sanitária esteve no local e constatou que tudo deve ser descartado. Nosso trabalho agora é localizar o proprietário para responder pelas irregularidades e identificar as outras 12 lojas para fiscalização”, comentos Américo.
Após a prisão da gerente de padaria Elaine, um advogado da franquia compareceu ao local. No entanto, o dono da franquia encontra-se desaparecido. Caso se apresente também poderá ser preso.
O local permanece preservado pela polícia e equipes da Vigilância Sanitária interditaram a área.
A rede Dia% nega que confeitaria tenha vínculo com rede de supermercados.
O delegado disse ainda que o artigo 7º da lei 8137 caracteriza crime contra as leis de consumo vender e ter em depósito para venda matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias para consumo e, em caso de condenação, a pena pode variar de dois a cinco anos, ou multa.
