"> EUA revogam vistos de autoridades brasileiras ligadas ao Judiciário e governo e o embate diplomático se intensifica

 

Nacional - 03/10/2025 - 15:50:52

 

EUA revogam vistos de autoridades brasileiras ligadas ao Judiciário e governo e o embate diplomático se intensifica

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / GUSTAVO LIMA / STJ

 

O governo dos Estados Unidos cancelou vistos do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, e de diversas autoridades próximas ao ministro Alexandre de Moraes. A medida ocorre em meio a tensão diplomática causada por julgamentos políticos e reações do governo brasileiro.

O governo dos Estados Unidos cancelou vistos do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, e de diversas autoridades próximas ao ministro Alexandre de Moraes. A medida ocorre em meio a tensão diplomática causada por julgamentos políticos e reações do governo brasileiro.

O governo dos Estados Unidos revogou recentemente os vistos de entrada de sete importantes autoridades brasileiras, entre eles o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Jorge Messias, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), e outras figuras ligadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como o ex-AGU José Levi, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves, além dos juízes auxiliares Airton Vieira, Marco Antonio Martin Vargas e Rafael Henrique Janela Tamai Rocha. A medida foi anunciada em meio a um contexto de crescente atrito diplomático entre Brasil e EUA, motivado principalmente pelo julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e decisões envolvendo o STF que desagradaram a administração americana.

Segundo apuração, além do ministro Alexandre de Moraes, também tiveram o visto revogado:

  • 1. Jorge Messias, ministro da AGU (Advocacia Geral da União);
  • 2. José Levi, ex-AGU;
  • 3. Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral);
  • 4. Airton Vieira, juiz instrutor que atua no gabinete de Moraes no STF;
  • 5.Marco Antonio Martin Vargas, juiz auxiliar de Moraes no TSE;
  • 6. Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, ex-juiz auxiliar do gabinete de Moraes no STF.

A revogação dos vistos, segundo uma fonte do governo Trump, é vista como uma retaliação política contra autoridades que participaram de julgamentos da eleição de 2022, e que o governo americano considera perseguição política. Jorge Messias chamou a medida de “um conjunto de ações unilaterais, incompatíveis com a condução pacífica e harmoniosa das relações diplomáticas e econômicas entre os dois países” e reafirmou seu compromisso com a independência do sistema judicial brasileiro.

Do lado do governo brasileiro, a reação oficial tem sido de reprovação. O presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, classificou a sanção como “injustificável” e uma tentativa de interferência política internacional na atuação independente do Judiciário, que fere a soberania do Brasil. Segundo ele, ameaças feitas a juízes brasileiros “fragilizam e deslegitimam” a justiça nacional, que funciona com eleições e instituições democráticas robustas. A postura do STJ é de defesa vigorosa da independência judicial, ressaltando que o aparato legal brasileiro oferece amplo leque de recursos para garantir a lisura e imparcialidade do sistema jurídico. O Supremo Tribunal Federal (STF) permanece em silêncio oficial, embora acompanhe a situação de perto.

Já nos Estados Unidos, o secretário de Estado Marco Rubio enfatizou que a revogação dos vistos é parte de uma ofensiva contra membros do governo Lula e do Judiciário que, na visão americana, colaboraram em ações políticas controversas e em julgamentos contestados. Rubio ressaltou também a imposição de sanções de bloqueio de bens e proibição de transações para alguns desses brasileiros, indicando uma escalada da pressão econômica e diplomática.

Críticos da medida argumentam que a decisão dos EUA fere o princípio da não intervenção e que ações como essa geram instabilidade nas relações bilaterais, especialmente entre duas democracias historicamente parceiras. Por outro lado, apoiadores dessas sanções apontam para a necessidade de coibir práticas que consideram violações democráticas e abusos de poder no Judiciário brasileiro, justificando a resposta americana como legítima.

Além das autoridades afetadas diretamente, familiares também tiveram vistos revogados, mostrando a amplitude e o caráter punitivo da ação. A controvérsia ganha dimensão internacional e segue marcada pela tensão entre independência judicial e influências políticas externas num cenário delicado para a diplomacia do Brasil.

(*) Com informações das fontes: Gazeta do Povo, G1, Poder360, CNN Brasil, Migalhas, CartaCapital, Agência Brasil, Jornal JOTA, Veja, BBC, Poder360, e declarações oficiais do STJ e governo dos EUA.

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