O julgamento, que busca responsabilizar os envolvidos na trama golpista, chegou a um ponto de virada com o voto da ministra Cármen Lúcia. Ela se posicionou de forma clara, acompanhando os votos já proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes (relator) e Flávio Dino. O voto dela é fundamental para consolidar a maioria na Primeira Turma do STF e garantir a condenação dos réus por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O Voto da Ministra e a Tese da Organização Criminosa
Em seu voto, Cármen Lúcia rejeitou as preliminares levantadas pelas defesas dos réus, como a incompetência do STF para julgar o caso. Ela defendeu que os eventos de 8 de janeiro não foram "acontecimentos banais, depois de um almoço de domingo", mas sim o resultado de um esforço coordenado para desmoralizar o sistema eleitoral e subverter a ordem democrática.
A ministra sustentou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou "prova cabal" da existência de um plano criminoso e que as ações não foram isoladas, mas sim parte de uma organização criminosa com um objetivo claro: atingir o coração da República, impedindo a validade do processo eleitoral. Com isso, ela se opôs diretamente ao voto do ministro Luiz Fux, que havia divergido e se manifestado pela absolvição de alguns dos réus.
Placar e Próximos Passos
Com o voto de Cármen Lúcia, o placar da Primeira Turma é agora de 3 a 1 pela condenação dos acusados. O próximo e último a votar é o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma. Caso ele também se posicione pela condenação, o placar final será de 4 a 1, e a maioria para condenar os réus estará formada.
A expectativa é que a conclusão do julgamento e a definição das penas ocorram ainda nesta semana. A decisão histórica do STF sobre a tentativa de golpe de Estado visa fortalecer o Estado Democrático de Direito e enviar uma mensagem clara de que atos contra a democracia não ficarão impunes.
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