A segunda-feira (14) foi de forte tensão nos mercados. O dólar comercial fechou em alta de 0,65%, cotado a R$ 5,584, o maior valor em mais de um mês. O motivo principal foi o aumento da pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que voltou a ameaçar novas tarifas sobre produtos brasileiros.
Enquanto isso, a bolsa de valores (Ibovespa) caiu pelo sexto dia seguido, com queda de 0,65%, encerrando aos 135.299 pontos. O clima de incerteza fez os investidores adotarem uma postura mais defensiva.
Por que o dólar subiu?
A nova alta do dólar aconteceu mesmo com a moeda americana estável lá fora. O que pesou aqui foi o risco político e comercial envolvendo o Brasil. Trump anunciou que pode aumentar as tarifas para até 50% sobre produtos brasileiros, em mais um capítulo de sua política de proteção à indústria americana.
Apesar de o governo brasileiro tentar manter a calma, o mercado reagiu com cautela. O dólar ficou entre R$ 5,544 e R$ 5,593 ao longo do dia, terminando perto da máxima.
O que derrubou a bolsa?
A queda da bolsa foi puxada por ações de empresas grandes, como:
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Petrobras, que caiu com a baixa no preço do petróleo;
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Vale, pressionada pela incerteza sobre a demanda global por minério;
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BRF, que liderou as perdas do dia com queda de mais de 4%.
Além disso, o volume negociado na B3 foi mais fraco do que o normal — cerca de R$ 14 a 16 bilhões, abaixo da média diária dos últimos meses. Isso mostra que os investidores estão mais hesitantes e esperando uma definição sobre o cenário externo.
Capital estrangeiro escolhe com cuidado
Mesmo com o cenário ruim, alguns investidores de fora continuam apostando no Brasil, especialmente em empresas ligadas a commodities, como petróleo e minério de ferro. Isso ajudou a segurar um pouco a pressão sobre o câmbio.
O real também se fortaleceu frente ao euro, mostrando que ainda há entrada de capital por aqui — mas de forma mais seletiva.
E agora?
O mercado está em modo de espera. O governo brasileiro prometeu anunciar medidas para tentar proteger setores afetados, mas ainda não está claro como será essa reação.
O que se sabe é que até 1º de agosto, prazo definido pelos EUA para aplicar as tarifas, os investidores vão ficar de olho em qualquer novidade. Enquanto isso, o câmbio deve continuar volátil e a bolsa, sensível ao noticiário externo.
Resumo do dia
Indicador |
Resultado |
Dólar |
R$ 5,584 (+0,65%) |
Ibovespa |
135.299 pts (–0,65%) |
Petróleo Brent |
–1,7% |
Ações da BRF |
–4,55% |
Semana da bolsa |
–2,1% (parcial) |
* Com informações de InfoMoney, CNN Brasil, Bloomberg, Reuters, Nord Research e dados da B3.