"> Mercado reage à tarifa dos EUA com dólar em alta, a R$ 5,55, e queda concentrada na Bolsa

 

Economia - 10/07/2025 - 20:17:31

 

Mercado reage à tarifa dos EUA com dólar em alta, a R$ 5,55, e queda concentrada na Bolsa

 

Da Redação .

Foto(s): Divulgação / pexels / Karolina Grabowska

 

O dólar comercial apresentou alta de R$ 0,039, ou seja, crescimento de 0,72% no dia, encerrando cotado a R$ 5,543.

O dólar comercial apresentou alta de R$ 0,039, ou seja, crescimento de 0,72% no dia, encerrando cotado a R$ 5,543.

A quinta-feira, 10 de julho de 2025, foi marcada por tensão e volatilidade nos mercados brasileiros, após a imposição unilateral de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos. A medida, tomada pelo governo Donald Trump em meio à campanha eleitoral americana e sob o argumento de “proteção à indústria nacional”, teve repercussão imediata no mercado financeiro, mas os impactos se mostraram mais setoriais do que sistêmicos ao longo do dia.

Câmbio: dólar reage com força, mas recua no intraday

O dólar comercial abriu em forte alta, chegando a R$ 5,61 nos primeiros minutos de negociação — refletindo o choque inicial dos investidores frente ao risco de deterioração do relacionamento comercial entre Brasil e EUA. No entanto, a divisa fechou cotada a R$ 5,543, com alta de 0,72% no dia.

Embora a moeda americana esteja no maior nível desde 25 de junho, a reação cambial foi parcialmente contida por dois fatores:

  • Atuação técnica do Banco Central, com leilões de swap cambial pontuais;

  • Perspectiva de represálias diplomáticas e renegociação da tarifa, o que levou parte dos agentes a reduzirem posições defensivas.

Mesmo com a alta no dia, o dólar ainda acumula queda de 10,3% em 2025, reflexo do ciclo de afrouxamento monetário nos EUA e da atratividade dos juros brasileiros.

Bolsa: perdas concentradas, sem pânico generalizado

O Ibovespa encerrou o dia com queda de 0,54%, aos 136.743 pontos, num movimento que indica resiliência relativa, considerando o tamanho da medida tarifária. A bolsa brasileira também está em níveis mais baixos desde 25 de junho, o que evidencia o desconforto do mercado com o cenário externo.

No entanto, não houve uma fuga generalizada dos ativos de risco. As perdas foram localizadas, sobretudo em companhias exportadoras, especialmente do setor industrial. O destaque negativo ficou por conta da Embraer, que chegou a recuar 7% pela manhã, mas reduziu perdas e fechou em baixa de 3,7%, a R$ 75,32.

Outros setores, como varejo doméstico, tecnologia e infraestrutura, mostraram desempenho neutro ou levemente positivo, demonstrando que o investidor está discriminando riscos em vez de promover um sell-off generalizado.

Perspectivas: cautela com viés de reacomodação

A escalada protecionista por parte dos EUA acende um alerta importante para o Brasil, que ainda tem nos Estados Unidos um de seus principais destinos de exportações industriais, especialmente aeronáutica, máquinas e bens de capital.

Contudo, o mercado parece apostar que:

  • A medida tem caráter eleitoral e poderá ser revertida ou suavizada em negociação bilateral;

  • O Banco Central segue vigilante para evitar uma desancoragem cambial;

  • Fundamentos internos seguem sólidos, com inflação controlada, juros reais atrativos e fluxo externo ainda positivo.

Apesar do impacto inicial da tarifa americana, o mercado brasileiro demonstrou maturidade e capacidade de absorção de choques externos. A queda da bolsa foi concentrada e o câmbio se estabilizou longe da máxima do dia. O comportamento dos ativos sugere que o investidor não acredita em uma escalada imediata do conflito comercial, mas acompanha com cautela o desenrolar diplomático e possíveis reações do governo brasileiro.

O momento exige atenção redobrada, principalmente por parte das empresas exportadoras, que poderão enfrentar margens pressionadas no curto prazo. Para o investidor, o cenário reforça a importância da diversificação setorial e exposição seletiva ao risco externo.

No dia 10 de julho de 2025, o dólar comercial apresentou alta de R$ 0,039, ou seja, crescimento de 0,72% no dia, encerrando cotado a R$ 5,543.

Aqui estão os principais dados da variação do dólar:

  • Abertura do dia: chegou a atingir R$ 5,61 nos primeiros minutos de negociação, refletindo o impacto da notícia sobre a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.

  • Mínima do dia: R$ 5,52 (por volta das 10h50).

  • Fechamento: R$ 5,543.

  • Variação diária: +0,72%.

  • Maior nível desde: 25 de junho de 2025, quando fechou a R$ 5,55.

  • Acumulado da semana: alta de 2,22%.

  • Acumulado no ano de 2025: queda de 10,3%.

Apesar da alta no dia, o dólar segue em tendência de queda no acumulado do ano, o que indica que a moeda brasileira teve um desempenho relativamente forte ao longo de 2025. A valorização pontual neste dia reflete uma reação do mercado à tensão comercial com os EUA, mas sem sinal de descontrole cambial. O movimento também foi moderado ao longo da sessão, com redução das pressões iniciais.

* Com informações das Fontes:

  • Banco Central do Brasil (cotação oficial do dólar)

  • B3 – Brasil, Bolsa, Balcão (dados do Ibovespa e ações da Embraer)

  • Informações públicas do mercado financeiro coletadas em tempo real por agências como:

    • Valor Econômico

    • Bloomberg

    • Estadão Investimentos

    • Reuters Brasil

  • Pronunciamentos e medidas do governo dos EUA (Donald Trump), via canais oficiais da Casa Branca ou cobertura da imprensa internacional

  • Entrevistas e análises de especialistas do mercado, como XP Investimentos, BTG Pactual, Guide, entre outros (para colorir análises secundárias)

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